Segundo o relatório de um organismo da ONU, o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, as secas extremas vão afectar mais regiões do mundo. Portugal será um dos países europeus mais afectados. Secas intensas, que ocorriam uma vez por século, serão uma vez por década.
As mudanças climáticas e o aumento da população mundial são dois factores que ameaçam perturbar a disponibilidade de água no planeta, mas um relatório agora divulgado pelo Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla inglesa) identifica outros problemas potenciais, como a concorrência entre o uso agrícola e o industrial dos recursos hídricos, que serão cada vez mais escassos em muitos países.
O relatório do IPCC, publicado na véspera do início em Istambul de uma conferência internacional sobre a água, faz previsões sombrias sobre a Europa do Sul, a Península Ibérica e Portugal. Em 2070, devido às mudanças climáticas, aumentará a frequência de secas que ocorriam de cem em cem anos. Portugal poderá ser atingido por estes fenómenos extremos uma vez por década, segundo os modelos apresentados neste relatório. A maior parte do país estará no intervalo de frequência entre 40 anos e 10 anos. Na Europa, a ocorrência de secas extremas será sobretudo mais frequente no resto da Península Ibérica, Sul de Itália, Balcãs e Turquia.
A avaliação de zonas sob stress hídrico (menos de mil metros cúbitos por ano e per capita) inclui, para além da região Mediterrânica, todo o Médio Oriente, norte da China, nordeste do Brasil, EUA, México e norte de África. As estimativas populacionais destas regiões estão em 2,1 mil milhões de pessoas, um terço da humanidade. Alimentar esta gente será cada vez mais difícil, pois a irrigação representa 70% da extracção de água. dos actuais 6,6 mil milhões, a população mundial subirá para 8,7 mil milhões de pessoas em 2050 e 10,4 mil milhões em 2100. A precipitação média deverá baixar em muitas destas regiões.
Fonte: Diário de Notícias
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