Mais de um milhão de alunos e professores manifestaram-se em Roma há alguns meses contra a reforma educativa do governo do presidente Silvio Berlusconi. A nova reforma educativa prevê alterações estonteantes. Berlusconi pretende separar os estudantes Italianos dos estudantes estrangeiros, despedir 80 mil professores, triplicar o valor das propinas e obrigar os alunos a usar “farda escolar” e muito mais.
Os estudantes gritaram a Berlusconi que “a ditadura começa na ignorância”.
Berlusconi quer triplicar o valor das propinas tornando o acesso ao ensino desigual e criando um fosso educativo entre ricos e pobres. Desta forma elitiza o ensino, impedindo quem não tem condições financeiras de estudar, privilegiando as classes altas na formação superior e qualificação profissional. Como se isso não fosse grave o suficiente, este quer despedir 80 mil professores e fazer um corte no sistema educativo brutal, Berlusconi quer também o regresso do mestre único às escolas primárias e a redução do horário escolar para 24 horas semanais, para além do endurecimento das penas por mau comportamento, com uma nota abaixo de 6 (numa escala de 1 a 10) a implicar automaticamente o chumbo do estudante.
A xenofobia do governo Berlusconi é altamente ofensiva. Primeiro colocou militares na rua para identificar, prender e expulsar os imigrantes “ilegais”, como se isso não bastasse Berlusconi quer obrigar as pessoas de etnia cigana a colocarem a sua etnia no seu BI pessoal, como se isso fosse relevante. E para finalizar em beleza, Berlusconi quer levar a sua xenofobia para escolas. Quer que os estudantes estrangeiros sejam separados dos Italianos.
Mas ainda há mais, Berlusconi além de querem uma escola xenófoba, desigual, injusta e com menos professores, quer “estandartizar” os estudantes obrigando-os a usarem uma farda escolar.
Os estudantes e professores, como não podia deixar de ser, protestam e Berlusconi em vez de abrir o diálogo e ouvir a opinião dos estudantes italianos, ordenou a entrada de centenas de polícias em todas as escolas onde os alunos protestavam na manifestação de alunos do 28 de Outubro.
É este o novo plano de Berlusconi: uma escola xenófoba, autoritária, desigual, injusta, com poucos professores, pouca variedade pedagógica, estandartizada e calada, sem liberdade de pensamento, opinião, organização ou manifestação.
São estes os novos horizontes educativos de um governo ultra nacionalista, conservador, xenófobo, neoliberal e opressor. Mas a luta não se cala! Nunca, jamais em tempo algum a comunidade escolar Italiana se irá calar perante este ataque que afectará a todos e sobretudo o futuro do país.
Mas há mais novidades por Itália… Clica para veres.
João Nuno Mineiro
Ainda Estamos Aqui
Há 1 ano
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